A vida é feita
de contagens regressivas. ‘Faltam tantos dias para as férias’, ‘faltam tantas
matérias para eu me formar’, ‘faltam tantos episódios para a temporada da série
acabar’, e uma infinidade de outras coisas que são contadas em função do tempo
que falta para que elas acabem ou ocorram.
Na Inglaterra
eu aprendi a contar da forma inversa. Porque quando você tem um tempo limitado
para desenvolver qualquer função, o que mais importa é o tempo que já passou.
Principalmente quando essa função é viver o intercâmbio que você sempre sonhou!
Quando eu
cheguei aqui, a ideia era passar um ano inteirinho morando fora do Brasil.
Seriam 365 dias tendo a Europa inteira como o quintal da minha casa. E, por
isso, era triste pensar ‘poxa, já tem 1 mês que eu estou aqui‘, porque, mal ou
bem, isso nos remete a contagem regressiva de ‘então só faltam 11 meses para eu
ir embora’. E você quer se prender àquele momento, àquela vida e o único desejo
é que o tempo seja sutil, que ele passe bem devagar e que nos permita
aproveitar cada minuto.
Hoje, que
esse tempo já passou e eu vou embora em menos de uma semana, eu só consigo
pensar que foram os 11 meses mais rápidos de toda a minha vida, mas, ainda
assim, os que mais acrescentaram no meu crescimento. Hoje, eu só posso
agradecer por tudo que aconteceu comigo aqui e o pensamento que ficou é ‘poxa,
foram os melhores meses da minha vida’!
É triste
saber que está acabando. É como se fosse um ano sonhando um sonho bom, e agora
eu preciso acordar e encarar a realidade toda de novo. E mesmo assim, eu não
posso dizer que estou triste por voltar, porque isso anularia toda a felicidade
que foi morar aqui.
Passar esse
ano fora me ensinou a não deixar espaço no coração para tristezas e
lamentações, porque meu coração é todo preenchido de felicidade por tudo que eu
vi, vivi e senti aqui!
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